sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

E a cidadezinha do interior parece cidade grande....




Embora a cidade é que se chame “Imperatriz”, alguns habitantes é que tem "reinado" em nosso município! A ordem agora é aquela que cansei de tanto ouvir o pastor da igreja falar (quando eu era evangélica): “matar, roubar e destruir”! E muita gente tem morrido, tem sido roubada e tem visto muito do que construiu, com esforço, ser destruído. A revolta toma conta de todos que vivem nessa “humilde” cidade e que correm o risco de serem mais uma vítima. Numa atitude louca, culpamos todo mundo! A prefeitura, os bandidos e, muitas vezes, nós mesmos... No final das contas, a culpa não é de ninguém e nenhuma pessoa pode fazer nada. Depois de ser assaltada duas vezes e ver um amigo ser morto cruelmente, comecei a ver tudo isso aqui como um verdadeiro “inferno”. Ao mesmo tempo, eu me pergunto a todo instante: “será que em algum lugar desse país tem um pedacinho de céu?” Após muito refletir sozinha, percebo que não... Que dificilmente haja um cantinho em que a violência não tenha chegado.
A verdade é que, enquanto meninos descamisados levam nossos pertences e “tiram” nossos amigos, o medo passa a ser o companheiro de muita gente. Qualquer decisão que se tome tem que ser feita com base no perigo que a cidade tem representado. E tudo tem piorado a cada dia... “Ô, Seu bandido, será que eu posso trabalhar ali naquele bairro sem levar um tiro?” De certa forma, quando tememos a violência é como se fizéssemos uma pergunta desse tipo pra essas pessoas que estão à “MARGEM” da sociedade. Há quem diga que o crime tem duas origens: a pobreza, já que tem gente matando pra comer; e a loucura, pois há aqueles – frios psicopatas – que matam, pura e simplesmente, por prazer de ver alguém sofrendo, morrendo – literalmente – aos poucos. Bom, talvez por ter um coração mole demais, eu prefira acreditar na primeira possibilidade. Assim, passo a confiar na possibilidade de que se as autoridades perceberem a gravidade da situação e resolverem tomar uma providência, as coisas podem “melhorar”.
E há aqueles que pensam em abandonar as grandes cidades pra vir viver na “calmaria” do interior maranhense... A “calmaria”, aqui, tem outras conotações! “Calmaria” tem sido sinônimo de “velórios”, “medo”... “morte”! Ainda assim, a gente vai pensando positivo! Já que não se pode tomar uma atitude de fato, vamos criando boas imagens de nosso município na mente... O pior de tudo não é ver gente morrendo todos os dias, mas notar que as pessoas se acostumam com isso! É como se tudo fosse normal! Nada mais assusta! Ver as coisas dessa forma é o primeiro passo para não querer resolver os problemas. E eles crescem, crescem e tomam conta de nós.
Nossa cidade – pequena, humilde, bonitinha – não fica (mais) atrás daquelas maiores, no quesito violência!

E a cidadezinha do interior parece cidade grande! (nesse sentido)


E agora, Imperatriz?

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