terça-feira, 15 de julho de 2008

"Opa! Número 13!"



Há exatamente dois anos, 2006, eu dava continuidade ao trabalho como professora. Entretanto, desta vez eu encararia uma realidade que ainda não conhecia: escola particular! Quando a gente estuda em escolas públicas, como aconteceu comigo, sempre ouvimos falar muita coisa sobre a rede privada, como "Lá os professores são os melhores!"; "Os alunos, a grande maioria, são CDFs!" ou, ainda, "Pra ser professor em uma escola particular é preciso ser fera!".
Quando fui chamada para trabalhar no Colégio Frei Gil, fui com todas essas frases na mente; boa parte delas estava embaralhada na minha cabeça. Confesso que tive um pouco de medo (mentira! Tive muito medo ¬¬')e, a todo instante, pensava: "e se eu não der conta? E se o nível dos alunos for mais avançado que o meu, que estou quase formada em Letras?". Mesmo assim, tentei respirar fundo (eu mal conseguia fazer isso! Tava "cagando nas calças"! ^^)! Tentei não deixar transparecer o meu nervosismo para aqueles adolescentes.
Na escola e na faculdade sempre tive fama de "palhacinha", já que sempre consegui fazer com que meus amigos rissem bastante; no primeiro dia de aula no Frei Gil, não consegui isso com os alunos, mas nos dias que se seguiram eles já riram de mim... Achei isso um ponto positivo, pois se me achavam engraçada, iriam prestar atenção em minhas aulas, na expectativa de ouvir mais uma "gracinha"... Lá trabalhei com turmas de 5ª a 3º ano, mas nunca levei muito jeito com púberes... ^^
Me identifiquei bem mais com os adolescentes do ensino médio, até porque me via em muitos deles. Pra mim, sempre foi meio difícil separar "ser amiga" de "ser professora", e no Frei Gil não foi diferente. Em cada aluno - dedicados ou não - fiz um amigo! Às vezes, a amizade era recíproca: eles tinha em mim uma amiga e eu também poderia contar com eles; em outros casos, na maioria deles, somente eu era a amiga... Sendo professora deles, queria a todo custo que aprendessem e, sempre, fazia o que estava ao meu alcance pra que isso acontecesse...
E entre tantas necessidades de aprendizagem e amizades feitas, lá estava Fernando (meu aluno do 2º ano), que em 2007 - ao fazer o 3º ano - também seria conhecido como "O NÚMERO 13!" Ele sentava em uma das primeiras cadeiras e era dono de um dos rostos que eu sempre mirava enquanto explicava um conteúdo, além de sempre pôr o nome dele no quadro (estratégia pra que ele se interessasse e aprendesse ^^! HAHAHAHAHA!) Fernando era um dos "engraçadinhos" da turma e, em todas as aulas de Português e Redação ¬¬, tirava risos da turma, especialmente das meninas que sentavam perto dele (Wanessa, Weslane, Jéssica Moura, entre outras moçoilas ^^)...
Em todas as minhas aulas, ele vinha com uma gracinha diferente! Uma, no entanto, prevalecia. Sempre que eu chegava na sala, o apagador e pincel caíam no chão; ele corria, pegava pra mim e dizia: "Opa! Número 13!" (Ele queria dizer que eu devia dar pontos porque ele fez aquela gentileza ¬¬, mas era brincadeira, claro! Era brincadeira né, Fernando? ¬¬' ERA SIM!) Bom, a verdade é que ali, naquela sala, entre uma palhaçada e outra (ACREDITE: minhas aulas eram sérias! Eu dava aula sim! HAHAHA!), Fernando e eu nos tornamos amigos... Não saímos juntos, nem nada... Mas a amizade crescia com o carinho que devotávamos um ao outro; eu, antes de amiga, era professora e, obviamente, minha preocupação maior era fazê-lo aprender.
Fernando conseguiu! Aprendeu! A cada conteúdo novo, ele se mostrava bastante habilidoso na hora de resolver exercícios... Quando errava uma questão, fazia uma carinha de "foi mal!", mas sempre estava preparado pra continuar. Os textos dele (vou falar, Fernando! HIHIHIHI!), no início, não eram dos melhores, mas entre uma leitura e outra, um texto e outro (e muitas anotações minhas em cada redação que ele produzia ^^), ele foi melhorando! Com o tempo, Fernando passou a produzir uma das melhores redações da turma. E fui vendo, a cada texto produzido e a cada fala, que ele poderia dominar bem a palavra, fosse escrevendo ou falando!
E hoje tenho a prova de que não me enganei! Parabéns, Fernando, meu futuro jornalista! Professores da UFMA terão o prazer que tive durante dois anos: ter o "número 13" como aluno! Um dos melhores! Escreva, mas escreva muito! Te desejo o melhor e acredito, firmemente, que esse curso é uma porta aberta pro teu sucesso que desponta!


Gosta de escrever né? Se não, tá lascado! HAHAHAHA! (Brincadeira, lindo! ^^)



Muito orgulhosa por ti, Fernando, meu aluno, amigo, filho (afinal, todo professor é meio "pai" ou "mãe")!


Opa! Chegou a vez do número 13! ;)


P.S. Quanto a sua fala no MSN, Fernando ("você foi muito importante pra isso"), o que tenho a dizer é que boa parte da parcela de "culpa" por essa sua vitória é sua! Mais uma vez, PARABÉNS! ^^

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah! Tem alunos que sempre se distacam mais na sala de aula.
A escola particular ás vezes e melhor que a publica, mais a publica as vezes e melhor q a particular, mais sendo publica ou particular, os melhores alunos estao 'onde eles querem estar',
quer dizer, que nao é a escola que faz ele melhor, mais sim ele que se faz melhor. Se o aluno quer ser bom nos estudos, ele se esforça e consegue. Dependendo de onde ele estiver. Adorei esse texto.