Prédio e sonhos novos...

Bom, quem me conhece sabe que sou professora do Colégio Frei Gil (não se preocupem, pois não irei fazer dessa postagem uma "propaganda" ¬¬)...
Estamos no final de mais um ano, meu segundo como integrante da equipe de profissionais daquela escola. Apesar do pouco tempo lecionando na instituição, a minha relação com o FG (sigla usada pelos adolescentes para se referir ao colégio ^^) já tem dez anos. Em 1997, tínhamos acabado de voltar de São Luís. Moramos lá por quase cinco anos, em função dos estudos de meu pai (Ele fazia Engenharia Civil na Uema, campus da capital do estado) e, ao retornar para Imperatriz, um dos trabalhos que meu pai arrumou foi, justamente, no Frei Gil... Mesmo não estudando lá (na época eu estava na 8ª série - escola pública), conhecia todos por nome, porque meu pai sempre comentava os acontecimentos da escola, quando chegava em casa ^^! Não lembro bem se ele ficou muito tempo por lá, mas assim que conseguiu outro emprego saiu do FG. Anos mais tarde (3 anos, pra ser mais exata), termino o ensino médio e passo no vestibular da Uema pra Letras (em outra ocasião, aqui no blog, disse q não pretendia ser professora... Não escolhi isso! Mas acho que fui "escolhida" - falo sério ¬¬). Enquanto universitária, conheci a professora Roza Soares - professora de Psicologia da Educação - excelente profissional, que vivia tentando pôr na cabeça dos alunos que ser professor era bom e importante (embora eu seja uma professora, ela não conseguiu me convencer disso, AINDA. Quem sabe quando o salário aumentar! ^^)
"O tempo passa, o tempo voa", e eu fui parar no Frei Gil, onde meu pai também trabalhou (será um carma? Brincadeira! Gosto muito da escola. hehehe!) Em outros tempos, a direção da escola esteve a cargo da dona do estabelecimento - profª Roza Soares. Entretanto, hoje a direção hoje está nas mãos de Geovannia, filha da professora Roza, que tem desenvolvido um excelente trabalho (eu posso dizer isso porque lembro do que meu pai falava a respeito da escola, na época em que ele por lá esteve). Muita coisa mudou! Muita coisa melhorou.
2008, esperamos, será "O ano!" Fizemos, através de Geovannia (nossa chefa ^^), parceria com o Sistema de Ensino Universitário, de São Paulo. Mudanças começam a acontecer na estrutura física da escola e dentro de cada um de nós também... Levamos em nós muita vontade de, através do FG, coolaborar com a educação! Um de nossos sonhos é poder encontrar grandes profissionais e poder dizer: "Foi meu aluno".
Hoje, nossos alunos púberes e adolescentes estão em prédio novo (foram transferidos para a Fest - que pela manhã será Frei Gil). Mas não é só o prédio que é novo! Nossos sonhos, nossos desejos também se renovam com cada mudança positiva que nos acontece. (Prometi não fazer propaganda, mas fiz! Juro que não foi intencional! hehehehe!)
Na solenidade de tranferência dos alunos do FG para o prédio da Fest, tivemos uma breve conversa com cada um deles... Eu já disse muitas vezes que não sei como me tornei professora, que não levava muito jeito, que não tinha paciência suficiente e que, talvez, muito em breve mudaria de profissão! (basta apenas aparecer a oportunidade...) Hoje, no auditório da Fest, junto aos meus colegas de trabalho, sentei-me em uma mesa e fiquei de frente para cada um de meus alunos.. Enquanto a direção fazia colocações sobre a mudança, eu mirava o rosto de cada um deles... Nisso, em alguns momentos me transportei para minha adolescência e lembrei de professores que foram fundamentais na minha formação... Profissionais que me fizeram perceber que eu podia ser bem mais do que eu esperava!
Ali, no auditório da Fest, olhando cada um dos meus alunos - desde os "piquitititos" da 5ª série aos meus adolescentes do ensino médio, fiquei me perguntando o que fazer além de lecionar... Será que eu sei fazer outra coisa? Será que vou conseguir fazer outra coisa? E se eu tiver mesmo de ser professora? E se eles precisarem de mim, como eu precisei de meus professores no passado? Alguns ex-alunos, ao me encontrar por aí, me disseram: "obrigado por tudo, professora". Tudo o quê?
Modéstia à parte, sei que sou importante por ser professora... Mas me chateia muito o fato de a sociedade, governo e etc. não valorizarem os profissionais da educação. Por que salários tão baixos?
Enquanto aluna da Uema, ouvi muitas piadinhas do tipo: "Fala sério! Vai ser professora?" Bom, àquelas pessoas que me fizeram essa pergunta (carregada de deboche, por sinal! ¬¬), digo: "Sou professora, sim! Espero teu filho na minha sala de aula e prometo cuidar bem dele!" =D.
E hoje a nossa escola tem prédio novo! Mas bem mais novos são nossos sonhos e nossas esperanças de conseguir mostrar a todos que não somos "uns professores", mas "os professores".

Beijos carinhosos aos meus colegas de luta, professores, e a cada um dos meu alunos.

Boa terça-feira a todos.